Veterinários
Boxer - Veterinária - Gato
Eu tenho uma boxer, a Rebeca. Eu não sei o quanto ela evoluiu desde que nasceu mas, vamos considerar que a vida de um cão dure 13 anos: O quanto se evolui nesse tempo? Hoje ela tem quatro anos, e vive em regime de liberdade, isto é, tem acesso à minha casa e ao quintal, mas prefere ficar na varanda. Ontem eu cheguei de carro e ela veio me recepcionar. Como sempre o ritual é o mesmo, ela pára do lado do carro e fica olhando para a porta de trás, esperando que eu saia para poder me cheirar. Mas, como motorista, eu estou na porta da frente, a vendo olhar fixamente para porta de trás. Então eu abro um pouco o vidro e a chamo, quando ela olha para trás, para cima, dá dois pulos e corre pelo quintal. Em poucos segundos ela volta e pára ao lado do carro, olhando para a porta errada. Qual não é sua surpresa quando eu saio pela porta da frente e ela vem me cheirar. Cheira a roupa toda, as mãos, o sapato, a sola do sapato, e pára, me olha, como se perguntasse: É minha mãe mesmo? E cheira de novo. Depois seguimos para a casa e nesse trajeto ela vem pulando ao meu redor, e se contorcendo toda.
De longe estão os gatos, só olhando a situação e provavelmente pensando: A qual papel se presta esse cão? Eles não têm muita paciência, são três, a AK47, o Panda e a Sushi. A AK47 só aparece para comer, reclamar com o Panda e, quando está de muito bom humor, recepciona meu marido no carro. O Panda brinca com todos pela casa, come e briga com o gato do vizinho. E Sushi é mais carinhosa, fica à vontade pela casa e adora me amassar quando eu estou no sofá ou deitada na cama. Pode me amassar por horas seguidas.
E no meio dessa cadeia de evolução espiritual estou eu. É, porque se eu for acreditar que um espírito passa por várias encarnações, sendo humanas e animais para atingir um nível tal e considerando o cenário acima eu digo que o espírido vem novinho em folha como um boxer. Porque ele é feliz, ele ama, ele não pensa muito, ou nada. Ele se envolve, não enxerga o que é feio nos outros, é empolgado e otimista, é impulsivo e não é sábio. Quando ele decide virar-se e correr para a porta em 90% das vezes há um obstáculo que ele se bate no caminho.
Depois o espírito volta como um humano, provavelmente veterinário. Aos poucos descobre que o cérebro serve para pensar e ele pensa muito nos outros. Também tende a acreditar nas pessoas e já não se bate em 90% das vezes nos obstáculos. Até desvia deles se tiver um pouco de prática. No início da profissão o veterinário vai pensar mais nos outros do que em si próprio, até que, com o tempo, ele vai aprender que pensar nos outros deve se limitar aos animais, porque uma parte dos humanos é adorável, mas outra não está nem aí para todo o seu esforço e dedicação, muito menos para o próprio animal.
Depois ele volta como um gato para encerrar no auge da sabedoria e um pouco de intolerância. Ele observa mais, talvez por ter se entregue tanto em outros momentos, agora ele precisa de mais confiança. Ainda mete os pés pelas mãos mas sempre cai em pé e com elegância, a ponto de, apenas se você conhece-lo muito bem, saberá que algo saiu errado. O gato também ama mas não faz mais o papel de bobo. Ele acredita que o mundo ainda precisa evoluir para ser considerado um lar, mas esquece de todas as teorias e paradigmas quando encontra um colo quente.
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