Quantas vezes você já foi ao veterinário levar seu cachorro ou gato, e aproveitou para levar as crianças? Como foi essa experiência?
O consultório/clínica veterinária não é um ambiente muito infantil, muitas vezes não tem atrativos, e as crianças simplesmente precisam brincar, ou perguntar, ou aprontar.
Às vezes a criança precisa fazer alguma coisa, então ela pede um papel, ela pede uma caneta, ela faz o desenho do seu cachorrinho (um traço) e pede outro papel, e eu estou perguntando ainda o telefone do cliente quando a criança já pediu 5 folhas de papel. A vontade é de perguntar: o senhor não está vendo que sua criança quer papel? Da próxima vez traz uma resma!!
Então você está fazendo a consulta, agradavelmente, e a criança está entediada. Ficar sentado, quieto, sem pegar em nada, em um ambiente cheio de novidades é torturante para a criança. Quando então ela resolve fazer uma fazendinha com seus cachorrinhos de enfeite, e o pastor desses animais é aquela bonequinha de "profissões" veterinária que você ganhou no último dia do veterinário. Quando a consulta acaba, todos os panfletos de vacina que estavam na recepção viraram aviões de papel, as latas de ração terapêutica montam um lindo castelo, os cachorrinhos de resina estão dentro da lata de lixo, presos, e o lixo que ali estava encontra-se acomodado no canto da sala. A criança então corre para você e te dá um abraço, e te pede para ouvir no estetoscópio. Os pais acham lindo... e você sobra arrumando.
Certa vez eu atendia uma gatinha de um cliente que tinha dois filhos. Esse cliente chegou abatido, com as duas crianças, queixando-se da mãe que havia saído e eles vieram de ônibus para vacinar a Mimi. As crianças tinham 5 e 3 anos e eles simplesmente não paravam. Enquanto eu pegava os dados do cliente o mesmo disse 50 vezes: LARGA ISSO...
Fui examinar a gatinha quando o cliente pergunta: o que que tem naquela sala?
"O laboratório"
ele diz: "João, saia do laboratório agora!!" e se volta para mim
"Sabe, doutora, ela fazia xixi na caixinha mas na semana passada.. MEU DEUS DO CÉU O QUE É ISSO?"
Eu tomei um susto enorme e quando me virei, o menino parecia ter vomitado fanta uva, ele estava com a boca, o queixo, pescoço, mãos e roupa completamente roxos. Corri para ver o que era e o Joãozinho havia subido na cadeira, pego o corante de lâmina de hematologia número 3 (panótico) que estava em um frasco de "mini m&m's" e resolveu beber. Esse corante é um líquido azul bem escuro e cora a pele, demorando algumas lavagens para sair. Mas antes de engolir, ele derramou o conteúdo sobre si, sujando até as meias. Rapidamente fomos ler a composição e felizmente não era tóxico. Eu terminei a consulta e o cliente, a gatinha, o irmão mais velho e o menino roxo foram embora para casa.... de ônibus.
Muitas experiências são divertidas, outras mais estressantes, mas mesmo assim, evite de levar crianças para a consulta com o veterinário. No consultório temos seringas, lâminas, há outros cachorros, e criança não pode ficar entediada... sentar e ficar quieto é sofredor para uma criança em um ambiente completamente novo. Recomendo visitar o veterinário um dia com a criança para ela conhecer, fazer perguntas, e tudo mais, afinal de contas, eles podem querer ser veterinários quando crescerem.
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